sábado, 22 de agosto de 2009

- Dançar?

- Hesitei. - Hm, não sei não Rick, tem que ser eu mesmo? Por que não outra menina? Eu não me importo se você levar a Sofia!
- Ah vamos Fi, isso de novo? Qual é o problema? Eu quero dançar com você - Ele tornava a dizer.
- Mas eu sou toda sem jeito pra essas coisas, você me conhece! E eu, eu... Tenho medo de te fazer passar vergonha!
- Você nunca me faz passar vergonha, meu amor, já lhe disse isso. Eu só vou ao baile se for com você, fim de história.

Não dava para discutir com ele. Era assim que ia ser. Eu ia ao maldito baile e teria que dançar com ele, e todos estariam olhando para mim e admirando minha falta de jeito naquilo.

Ele sempre era pontual. Bateu à minha porta às 20:00 em ponto, e quando atendi, admirei um Rick de cabelos loiros muito penteados, de terno preto e com uma gravata azul anil bem colocada. Parecia um príncipe. Mas, para o meu desespero, havia um olhar de grande surpresa no seu rosto. O que teria sido? Meu vestido? Meu cabelo? Seria a pasta de dente no meu nariz de novo?!

E, como se respondesse às minhas repentinas perguntas, ele disse em tom suave:
- Como você consegue ficar mais linda a cada dia que passa?

Ele nunca me desapontava.
E eu nem era tão bonita assim, sabe. É verdade. Eu tinha cabelos castanhos e longos e olhos cor de mel, mas nenhum menino nunca tinha ficado vidrado em mim como ele ficava. Mas para mim bastava. Não precisava de nenhum par de olhos verdes que não fossem os dele em mim.

Fomos juntos para o baile, que começava às 20:30. Paramos para buscar a Gio e a Maria, que estavam acompanhadas do Chris e do Afonso. Estavam todos muito elegantes e bonitos.

Chegamos. Lá estava o salão de festas da dona Marta (mãe da Sofia) todo cheio de panos e laços muito bem confeccionados, todos em diferentes tons de azul, a cor escolhida para o baile daquele ano. Fomos guiados pela própria dona Marta toda bonita com seus enormes cabelos ruivos e sedosos, até uma mesinha de canto, onde sentamos e pedimos umas bebidas.

As pessoas iam chegando, com vestidos ou gravatas cada vez mais azuis.
Foi quando ELA entrou.
Sofia Brandfor era reconhecida à milhas de distância, já que sua cabeleira ruiva que puxara de sua mãe a destacava na multidão. Usava um vestido incrivelmente bonito, cheio de bordados e detalhes encantadores. O azul combinava com seus olhos. Ela vinha acompanhada de Gabriel Hank-Toof, o objeto de maior desejo de todas as meninas de GrandHill. Lancei um olhar nervoso para ver a reação do Rick ao assistir sua ex-namorada, a menina mais bonita e popular da escola, chegar com seu arquiinimigo, o capitão do time dos Welf's e o motivo pelo qual seu braço esquerdo nunca mais tinha sido o mesmo desde o jogo do ano anterior.

Ele não disse nada. Simplesmente arrastou sua cadeira para mais perto de mim e envolveu seu braço em minha cintura bem no momento em que a Sofia estava olhando. Sorri internamente.

As horas foram passando e já eram 23:00, quando, no meio da piada sobre o macaco e o violão que o Chris contava às gargalhadas, a dona Marta anunciou que a pista de dança seria aberta.
Lá estava Sofia e Gabriel em seus postos para inagurar a noite com a primeira valsa.
Depois de uns 2 minutos que para mim soaram como cinco tediosas horas, fomos chamados para segui-los.
Rick se levantou e estendeu a mão pra mim. No seu rosto aquele sorriso tão lindo que iluminava meu mundo todos os dias, e todas as noites.

Não poderia ser tão difícil assim.

Levantei e dei a mão pra ele, que me conduziu com toda a sua delicadeza até a pista. Alguns casais já se balançavam ao nosso redor, e foi aí que o nervosismo bateu: O que eu fazia agora? Eu já estava ali, já tinha aceitado me submeter àquilo, mas quem disse que alguma músculo mexia? Preguei no chão e fiquei ali, dura que nem uma pedra.
Para a minha surpresa, Rick riu.
Como assim, ele ia rir da minha desgraça assim descaradamente?! Será que ele me largaria ali no meio e iria se juntar à Sofia e aos outros na mesa V.I.P?? De repende me senti ridiculamente pequena.

Mas, como eu disse, ele nunca me decepcionava. Ele fixou seus olhos verdes nos meus e disse calmamente:
- Não se preocupe, meu anjo. Eu estou com você.

Foi o suficiente para eu deitar minha cabeça em seu ombro e começar a balançar lentamente. Na verdade, ele me balançava, me levava como se eu fosse uma criança adormecendo em seus braços. As pessoas lançavam olhares estranhos para nós de vez em quando, e Sofia parecia ligeiramente vermelha por baixo de seus sardas. Mas eu não me importava. Nada importava. Estávamos ali, abraçados, balançando, balançando, balançando... e não teria um lugar que eu mais gostaria de estar do que ali naquela noite.

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