segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"(...) Mas tantos extremos

eram tão mal pagos, que Ahy, de cansada, procurou fugir do insensível moço e fazer por esquecê-lo; porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe nem o esqueceu. Desde então tomou outro partido: chorou. Ou porque a sua dor era tão grande que lhe podia exprimir o amor em lágrimas desde o coração até os olhos, ou porque, selvagem mesma, ela já tinha compreendido que a grande arma da mulher está no pranto, Ahy chorou. E porque também nas lágrimas de amor há, como nas da saudade, uma doce amargura, que é veneno que não mata, por vir sempre temperado com o reativo da esperança." (A Moreninha - Joaquim Manuel Macedo)

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